quinta-feira, 3 de abril de 2008

Cartola [1974] Cartola



Intérprete: Cartola
Álbum: Cartola
Ano: 1974
Selo/Gravadora: Marcus Pereira
Nº de catálogo: MPL 9302

Centro Cultural Cartola

1. Disfarça e Chora
(Cartola / Dalmo Castello)
2. Sim
(Cartola / Osvaldo Martins)
3. Corra e Olhe o Céu
(Cartola / Dalmo Castello)
4. Acontece
(Cartola)
5. Tive Sim
(Cartola)
6. O Sol Nascerá
(Cartola / Élton Medeiros)
7. Alvorada
(Cartola / Carlos Cachaça / Hermínio Bello de Carvalho)
8. Festa da Vida
(Cartola / Nuno Veloso)
9. Quem Me Vê Sorrindo
(Cartola / Carlos Cachaça)
10. Amor Proibido
(Cartola)
11. Ordenes e Farei
(Cartola / Aloísio Dias)
12. Alegria
(Cartola)


Texto da contracapa:
Finalmente um LP com o grande Cartola! Foi preciso que nascesse uma nova gravadora, a Marcus Pereira, para que fosse dada ao fundador da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, ao maior compositor de todos os tempos dos morros cariocas, a mesma honra já concedida a centenas de nomes surgidos com a mesma rapidez com que desapareceram do panorama de nossa música popular.
Aos 65 anos de idade, Cartola mostra neste disco a razão pela qual é uma legenda e uma lenda do samba. A legenda todo mundo entende. Quanto à lenda, explico melhor. Houve um tempo – bem depois de Cartola ter sido descoberto nos idos de 1930 pelos grandes cantores da época – que o sambista desapareceu do morro e do samba. Muita gente pensava até que ele tivesse morrido e vários sambas falavam dele: “Tenho saudades do terreiro da escola/Lindos sambas do Cartola”, dizia um de Herivelto Martins; “Antigamente havia grande escola/Lindos sambas do Cartola”, dizia outro de Pedro Caetano. E Cartola só foi redescoberto em fins dos anos 50 pelo inesquecível Sérgio Porto numa atividade nada condizente para a grandeza do seu nome: era lavador de carros de uma garagem de Ipanema.
Mas hoje todas as pessoas ligadas de qualquer forma ao samba reconhecem a sua importância. Ele não só fundou a Estação Primeira como lhe deu nome e as cores verde-e-rosa. Foi o seu primeiro diretor de harmonia. Um dos seus sambas, “Quem me vê sorrindo”, foi gravado por Leopoldo Stokovsky para a Columbia norte-americana, por indicação de Villa-Lobos. Villa-Lobos, aliás, era um grande admirador de Cartola e o convidou várias vezes para participar de espetáculos que promovia. Foi parceiro de Noel Rosa e seus sambas foram gravados por intérpretes como Francisco Alves, Mário Reis, Sílvio Caldas, Carmen Miranda, Elizeth Cardoso e Paulinho da Viola. São muitos, portanto, os títulos de Cartola, o mestre de tantos compositores importantes (o próprio Paulinho da Viola o aponta como a sua grande influência). Mas talvez nenhum seja tão expressivo quanto ao que lhe foi atribuído pelo extraordinário Nelson Cavaquinho numa entrevista que me concedeu. Perguntei a Nelson qual, na sua opinião, é o maior compositor da nossa música. Ele não hesitou:
- Cartola!

Sérgio Cabral.


PARTICIPAÇÃO:
Horondino José da Silva (Dino) Violão de 7 cordas
Jayme Thomas Florêncio (Meira) Violão
Waldiro Frederico Tramontano (Canhôto) Cavaquinho
Raul Machado de Barros (Raul de Barros) Trombone
Nicolino Cópia (Copinha) Flauta
Gilberto D’Ávila (Gilberto) Surdo e pandeiro
Nilton Delfino Marçal (Marçal) Cuíca e caixa de fósforo
Roberto Bastos Pinheiro (Luna) Tamborim e agogô
Jorge José da Silva (Jorginho) Pandeiro e caxixi
Wilson Canegal Ganzá e reco-reco
Joab Lopes Teixeira (Joab) Coro

PRODUÇÃO E DIREÇÃO DE ESTÚDIO
J.C. Botezeli (Pelão)

ARRANJOS E REGÊNCIA
Maestro Horondino José da Silva (Dino)

TÉCNICO DE GRAVAÇÃO
Paulo Frazão

FOTO
Alexandre Silva Bauer e Gaia Piovesan Faro

Gravação realizada nos dias 20 e 21 de fevereiro e 16 e 17 de março de 1974 nos estúdios da RCA do Rio de Janeiro em 16 canais.


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